A cana-de-açúcar foi a única atividade agropecuária com rendimento positivo em 2006 e a perspectiva é que o setor continue em alta neste ano.
Quem arrendou terras para a produção sucroalcooleira ganhou 4,8% sobre o investimento, lucro acima da inflação, estimada em 3,8% no período. Quem produziu, obteve 3,96%. Foi o terceiro ano consecutivo que a atividade liderou os rendimentos do campo. Na contramão ficaram os grãos, com rentabilidade de - 4,61%.
"Está havendo uma explosão na cana-de-açúcar", diz o diretor da Scot Consultoria, Maurício Nogueira. Segundo ele, a diferença maior para o arrendamento se explica porque as usinas preferem trabalhar em um sistema próximo ao da integração da avicultura, ou seja, com a certeza da entrega do produto.
Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, explica que o resultado da cana-de-açúcar em 2006 se deve aos preços internacionais mais altos que, no caso do açúcar, chegaram aos maiores níveis dos últimos 25 anos - quase US$ 0,20 a libra-peso. Com isso, aumentou o volume exportado tanto de álcool quanto de açúcar, impactando na renda.
Ele argumenta, no entanto, que para 2007, a performance não deve se repetir - apesar de a rentabilidade continuar positiva.Com os preços dos grãos mais elevados, a perspectiva é este segmento também tenha rentabilidade positiva este ano. "Deve diminuir os abismo entre as culturas", avalia Barabach, referindo-se à diferença na rentabilidade dos grãos e da cana-de-açúcar. A incógnita fica para a pecuária leiteira e corte devido ao aumento no custo de produção, inflacionado pelos grãos.
Segundo o estudo, houve duas realidades na pecuária: os produtores tecnificados de leite e carne conseguiram rendimentos positivos, enquanto os demais não. No entanto, Nogueira argumenta que a maior parte da pecuária é de baixa tecnologia. Neste caso, o pior rendimento ficou para o leite: - 3,65%. Os baixos preços praticados tanto para a carne - que atingiu o menor valor da história - quanto para o leite explicam o resultado negativo destas atividades.
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