Aproveitando o tema anterior que falava de fusões no setor canavieiro, encontrei as notícias abaixo que dão conta de uma possível fusão entre os frigoríficos. Como no caso Sadia e Perdigão, temos que esperar para ver:
Bertin nega fusão com Marfrig
Reportagem diz que negócio seria patrocinado pelo BNDES
A Bertin S.A., em comunicado ao mercado, negou que esteja negociando uma possível fusão com a Marfrig Alimentos e disse que o assunto não está em pauta na companhia.
"A informação de que estaria em curso uma negociação para sua fusão à Marfrig não é verdadeira. Não há nenhum movimento da companhia neste sentido", disse a empresa, em nota.
De acordo com uma reportagem do jornal Valor Econômico desta terça, dia 5, uma fusão entre o Marfrig e o Bertin seria patrocinada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo seria fortalecer as companhias e blindá-las num momento de incertezas na economia. (Agência Safras).
Marfrig evita comentar possível fusão com Bertin
Especulação é de que Bertin precisaria de solução para “alavancagem”
A Marfrig Alimentos prefere não comentar uma possível fusão com a Bertin, assunto levantado por uma reportagem na edição desta terça, dia 5, do jornal Valor Econômico.
"Até o momento a empresa não está comentando rumores de mercado", disse a assessoria de imprensa da companhia.
De acordo com a reportagem, uma fusão entre o Marfrig e o Bertin seria patrocinada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o objetivo de fortalecer as empresas e blindá-las em um momento de incertezas na economia.
Um executivo que participou de uma das conversas entre as duas empresas teria dito ao jornal que a Bertin precisa buscar uma solução para a alavancagem elevada. Senão com o Marfrig, com qualquer outro frigorífico.
Em uma eventual transação entre os dois frigoríficos, analistas acreditam que seria necessária a participação financeira do BNDES. O braço de participações do banco de fomento já tem fatia relevante no capital das duas companhias: 26,9% na Bertin e 14,66% na Marfrig. (Agência Safras).
Crise leva Marfrig e Bertin a negociarem união de operações
Frigoríficos: Ambas mantiveram conversas nos últimos meses; uma possível fusão também depende do BNDES
Problemas conjunturais no setor de carne bovina - agravados pela crise financeira internacional - levaram Marfrig e Bertin a conversações visando a uma possível fusão patrocinada pelo BNDES. Segundo apurou o Valor, as duas empresas mantiveram conversas nos últimos meses. O objetivo das companhias com uma eventual fusão é se fortalecer e se blindar em um momento de incertezas na economia.
Ambas estão bastante alavancadas após um período de crescimento via aquisições e fecharam o último ano com perdas. A Bertin S.A, que tem capital fechado, encerrou 2008 com prejuízo de R$ 681 milhões e dívidas de R$ 5,5 bilhões. Já a Marfrig, com ações listadas na bolsa, teve perda de R$ 35,5 milhões e sua dívida bruta ficou em R$ 4,3 bilhões em 2008.
Procurada, a Marfrig disse, por meio de sua assessoria, que "não comenta rumores de mercado". A Bertin S.A divulgou nota dizendo que "a informação de que estaria em curso uma negociação para sua fusão à Marfrig não é verdadeira. Não há nenhum movimento da companhia neste sentido".
Um executivo que participou de uma das conversas entre as duas empresas diz que a Bertin precisa buscar uma solução para sua alavancagem elevada. Senão com o Marfrig, com qualquer outro frigorífico. Em uma eventual transação entre os dois frigoríficos, analistas acreditam que seria necessária a participação financeira do BNDES. O braço de participações do banco de fomento já tem fatia relevante no capital das duas companhias: 26,9% na Bertin e 14,66% na Marfrig.
Na visão de um banqueiro, caso as conversas entre Marfrig e Bertin prosperem, um desenho provável seria a incorporação da Bertin pela Marfrig, em que os acionistas do primeiro tornariam-se acionistas muito relevantes da empresa resultante, talvez até no controle. Já a BNDESpar consolidaria sua participação na nova companhia, conforme outro executivo.
Em seminário sobre as perspectivas para o setor de carne bovina na semana passada, o diretor de relações com investidores da Marfrig, Ricardo Florence, disse, quando questionado sobre o tema, acreditar que o BNDES pode colocar mais recursos no setor.
Para uma fonte próxima às duas empresas, a união é "plausível", embora as famílias controladoras, Molina na Marfrig e Bertin na Bertin, tenham filosofias diferentes, o que poderia comprometer a negociação.
A crise no setor de carne bovina no país - por conta da escassez de matéria-prima (boi), excesso de capacidade instalada e queda nas exportações - tem derrubado importantes players do setor. Seis grandes empresas já pediram recuperação judicial, entre elas o frigorífico Independência, que chegou a ter conversas com o Bertin, mas sem avanços, segundo essa mesma fonte. O Independência manteve ainda conversas com a JBS, que também não vingaram.
Banqueiros de investimento dizem que todos têm conversado com todos dentro do setor de carne bovina, já que o movimento de consolidação é inevitável e praticamente todas as empresas estão altamente alavancadas. "É um setor em que os clientes são grandes e os fornecedores também, logo os frigoríficos também precisam crescer", diz um banqueiro. Além disso, o produto é uma commodity, que requer escala em sua operação.
A alavancagem elevada é um dos maiores problemas do setor porque nos últimos anos as empresas se endividaram para ampliar a produção e o faturamento. No caso da Bertin, segundo fontes do mercado, há outro fator. A controladora da Bertin S.A também atua em outras áreas, como biocombustíveis e infraestrutura, que vêm enfrentando uma conjuntura ruim.
Para o BNDES, os setores de frigoríficos e de etanol são passíveis de consolidação dado o impacto da crise econômica sobre a demanda dessas duas cadeias produtivas. Em março, em entrevista ao Valor, Eduardo Rathfingerl, diretor da área de mercado de capitais do banco, afirmou que há dois anos o banco vem apoiando frigoríficos por considerar que o setor tem "inegáveis vantagens comparativas". Além de fatias na Bertin e na Marfrig, o banco também tem participação na JBS e no Independência. Neste último, adquiriu 13,89% do capital em novembro passado. Quando o Independência pediu recuperação judicial em fevereiro deste ano e paralisou as operações, o banco de fomento suspendeu um segundo aporte de capital que faria na empresa.
Procurado para falar sobre as conversas entre Bertin e Marfrig, o BNDES informou que não se pronunciaria sobre o assunto.
Apesar de serem mais conhecidos pela atuação em carne bovina, Marfrig e Bertin se diversificaram bastante nos últimos dois anos. A Bertin entrou em lácteos com a compra da Vigor e a Marfrig, em aves e suínos com a aquisição das operações da americana OSI no Brasil e Europa. (Valor Econômico)
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