Sempre acreditei na bioeletricidade gerada através da cogeração das usinas de açúcar e álcool utilizando-se o bagaço. Esta opção de geração elétrica é interessante pois além de aproveitar a biomassa do bagaço encontra-se normalmente próxima aos grandes centros de consumo, possibilitando redução dos custos de transmissão e ocorre na temporada de menor chuvas no centro-sul do país fazendo com que a carga sobre as hidrelétricas seja diminuída. Entretanto, devido basicamente a problemas relacionados ao mercado, ela não decolou de forma definitiva. A reportagem abaixo da Gazeta Mercantil de ontem mostra que a comercialização livre pode ser a solução para isso:
Energia do bagaço de cana avança no mercado livre
A energia produzida a partir do bagaço de cana está atraindo o interesse das comercializadoras que atuam no mercado livre, ambiente de negócio em que não há vínculo com uma distribuidora e que representa 25% do total do consumo nacional. Até então essas empresas compravam energia de pequenas centrais hidrelétricas (PCH) ou de grandes usinas hídricas. "Sempre focamos a nossa compra de energia em PCH, mas agora a intenção é comprar mais eletricidade das usinas sucroalcooleiras", afirma Paulo Toledo, sócio-diretor da Ecom Energia, a primeira em-presa a abrir uma filial no interior de São Paulo - em Catanduva - para intensificar seus negócios com os usineiros. A meta da Ecom é negociar cerca de 150 megawatts médios de energia da biomassa neste ano, o dobro do volume atual.
A Comerc, que também já vende energia de biomassa, vê na fonte uma boa oportunidade para ampliação da sua carteira. "O potencial brasileiro nesse setor é muito grande e precisa ser aproveitado", afirma Marcelo Parodi, presidente da comercializadora, que negociou 20 MW médios de energia de biomassa no ano passado e prevê chegar a 80 MW médios até o fim de 2009. A participação da eletricidade a partir da biomassa (cana e outros insumos, como o cavaco de madeira) na matriz elétrica é de 4,31%, ante 69,8% das hídricas.
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