Agora temos também álcool orgânico sendo produzido aqui no Brasil. Sempre achei que quanto mais diversificarmos o porfólio de produtos, melhor para o agronegócio brasileiro. Segue abaixo reportagem do Valor Econômico de 22 de agosto:
BALBO VENDE ÁLCOOL ORGÂNICO PARA A L'ORÉAL
O Grupo Balbo, maior produtor de cana orgânica do país, vai exportar álcool orgânico para a multinacional francesa L'Oréal. A matéria-prima será destinada à produção de cosméticos e perfumes da companhia. Os Balbo são fornecedores desse mesmo tipo de matéria-prima para a Natura.
O aumento da demanda internacional por produtos orgânicos impulsiona os negócios da família Balbo. A produção de álcool neutro, voltado para indústrias química e farmacêutica, com cana totalmente livre de agrotóxicos é a forte aposta da companhia - também a maior exportadora de açúcar com esse mesmo processo de cultivo. As indústrias de cosméticos, muitas vezes criticadas pelos seus métodos de produção polêmicos, como a realização de testes em animais, estão adotando a cana "verde" como passaporte para a sustentabilidade.
As negociações com a L'Oréal deverão ser concluídas em outubro, e os embarques começarão nos próximos meses. "Muitas empresas de cosméticos estão interessadas nesse tipo de matéria-prima porque querem ter sua imagem atrelada à sustentabilidade", disse Leontino Balbo Júnior, diretor-comercial do grupo.
Para a Natura, o grupo fornece 6 milhões de litros de álcool neutro por ano. Com a entrada da L'Oréal, a produção de álcool neutro terá de ser, no mínimo, sextuplicada. Com isso, o grupo vai investir num equipamento chamado planta de retificação, utilizado para tornar o álcool mais puro.
Para exportar o álcool orgânico, os Balbo fizeram parceria com uma empresa européia. "Esse álcool tem de ser transportado em contêineres de aço inox. Todo material em contato com o produto tem de passar por um processo de desodorização", explicou Balbo. Procurada, a L'Oréal do Brasil informou que não comenta as negociações da matriz. A empresa também informou que adota no país práticas de sustentabilidade, que incluem a redução do consumo de energia e água durante o processo produtivo, tratamentos de efluentes e redução de CO2 em transporte.
Com faturamento em torno de R$ 300 milhões na safra 2007/08, o grupo Balbo tem duas usinas de açúcar e álcool em São Paulo e participação de 70% em outra unidade em Minas Gerais. A expansão da companhia será por meio de parcerias estratégicas e agregação de valor aos seus produtos, afirmou Balbo. Segundo ele, há conversas sobre parcerias, mas ainda não há nada fechado.
A usina de São Francisco, em Sertãozinho (SP), trabalha com 100% de cana orgânica. A Santo Antônio, instalada na mesma cidade, está em fase final de conversão para o mesmo método. Já a unidade de Minas ainda está em transição para esse tipo de cultivo. "Temos um programa para integrar os nossos 300 fornecedores [de cana] na filosofia de orgânico", disse. O grupo trabalha com 50% de cana própria. O companhia produz em torno de 75 mil toneladas de açúcar por safra, dos quais 80% são do tipo orgânico, e 160 milhões de litros de álcool. Até a safra atual, a 2008/09, 5% do total foi orgânico, mas passará para mais de 20%.
Segundo Balbo, quase 90% da produção de açúcar orgânico do grupo é exportada. "Fechamos contrato com a Danisco [companhia de alimentos dinamarquesa] para entrega de açúcar. Os primeiros embarques foram em julho."
Dono da marca Native, com uma linha de produtos que inclui café, açúcar, achocolatado, cookies e sucos de laranja e maracujá, o grupo possui as principais certificações orgânicas do mundo. Há 20 anos como produtor de cana "verde", o grupo encomendou estudos à Unicamp para validar o seu modelo de produção. "Não adianta o grupo falar que adota práticas de cultivo orgânico. Precisa de um órgão independente para dar essa validação", disse Balbo.
O inventário de carbono feito pela Unicamp indicou que a usina São Francisco emite 35% menos gases de efeito estufa do que uma planta convencional, após analisar os canaviais entre maio de 2006 e junho de 2007, a produção agrícola, o consumo de insumos e a industrialização. Essa avaliação resultou no selo Carbono Neutro, que tem como base o Protocolo GHG, modelo internacional de quantificação das emissões.
O maior orgulho de Leontino Balbo não é a validação em si, mas os efeitos na biodiversidade com o método de cultivo. "Com a adoção da cana orgânica nas lavouras, mais de 250 espécies de vertebrados foram identificadas em nossas fazendas".
BALBO VENDE ÁLCOOL ORGÂNICO PARA A L'ORÉAL
O Grupo Balbo, maior produtor de cana orgânica do país, vai exportar álcool orgânico para a multinacional francesa L'Oréal. A matéria-prima será destinada à produção de cosméticos e perfumes da companhia. Os Balbo são fornecedores desse mesmo tipo de matéria-prima para a Natura.
O aumento da demanda internacional por produtos orgânicos impulsiona os negócios da família Balbo. A produção de álcool neutro, voltado para indústrias química e farmacêutica, com cana totalmente livre de agrotóxicos é a forte aposta da companhia - também a maior exportadora de açúcar com esse mesmo processo de cultivo. As indústrias de cosméticos, muitas vezes criticadas pelos seus métodos de produção polêmicos, como a realização de testes em animais, estão adotando a cana "verde" como passaporte para a sustentabilidade.
As negociações com a L'Oréal deverão ser concluídas em outubro, e os embarques começarão nos próximos meses. "Muitas empresas de cosméticos estão interessadas nesse tipo de matéria-prima porque querem ter sua imagem atrelada à sustentabilidade", disse Leontino Balbo Júnior, diretor-comercial do grupo.
Para a Natura, o grupo fornece 6 milhões de litros de álcool neutro por ano. Com a entrada da L'Oréal, a produção de álcool neutro terá de ser, no mínimo, sextuplicada. Com isso, o grupo vai investir num equipamento chamado planta de retificação, utilizado para tornar o álcool mais puro.
Para exportar o álcool orgânico, os Balbo fizeram parceria com uma empresa européia. "Esse álcool tem de ser transportado em contêineres de aço inox. Todo material em contato com o produto tem de passar por um processo de desodorização", explicou Balbo. Procurada, a L'Oréal do Brasil informou que não comenta as negociações da matriz. A empresa também informou que adota no país práticas de sustentabilidade, que incluem a redução do consumo de energia e água durante o processo produtivo, tratamentos de efluentes e redução de CO2 em transporte.
Com faturamento em torno de R$ 300 milhões na safra 2007/08, o grupo Balbo tem duas usinas de açúcar e álcool em São Paulo e participação de 70% em outra unidade em Minas Gerais. A expansão da companhia será por meio de parcerias estratégicas e agregação de valor aos seus produtos, afirmou Balbo. Segundo ele, há conversas sobre parcerias, mas ainda não há nada fechado.
A usina de São Francisco, em Sertãozinho (SP), trabalha com 100% de cana orgânica. A Santo Antônio, instalada na mesma cidade, está em fase final de conversão para o mesmo método. Já a unidade de Minas ainda está em transição para esse tipo de cultivo. "Temos um programa para integrar os nossos 300 fornecedores [de cana] na filosofia de orgânico", disse. O grupo trabalha com 50% de cana própria. O companhia produz em torno de 75 mil toneladas de açúcar por safra, dos quais 80% são do tipo orgânico, e 160 milhões de litros de álcool. Até a safra atual, a 2008/09, 5% do total foi orgânico, mas passará para mais de 20%.
Segundo Balbo, quase 90% da produção de açúcar orgânico do grupo é exportada. "Fechamos contrato com a Danisco [companhia de alimentos dinamarquesa] para entrega de açúcar. Os primeiros embarques foram em julho."
Dono da marca Native, com uma linha de produtos que inclui café, açúcar, achocolatado, cookies e sucos de laranja e maracujá, o grupo possui as principais certificações orgânicas do mundo. Há 20 anos como produtor de cana "verde", o grupo encomendou estudos à Unicamp para validar o seu modelo de produção. "Não adianta o grupo falar que adota práticas de cultivo orgânico. Precisa de um órgão independente para dar essa validação", disse Balbo.
O inventário de carbono feito pela Unicamp indicou que a usina São Francisco emite 35% menos gases de efeito estufa do que uma planta convencional, após analisar os canaviais entre maio de 2006 e junho de 2007, a produção agrícola, o consumo de insumos e a industrialização. Essa avaliação resultou no selo Carbono Neutro, que tem como base o Protocolo GHG, modelo internacional de quantificação das emissões.
O maior orgulho de Leontino Balbo não é a validação em si, mas os efeitos na biodiversidade com o método de cultivo. "Com a adoção da cana orgânica nas lavouras, mais de 250 espécies de vertebrados foram identificadas em nossas fazendas".
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