O ex-ministro Roberto Rodrigues publicou na sábado na Folha de São Paulo um artigo interessante mostrando a relação entre a Copa do Mundo de futebol no Brasil e o agronegócio:
COPA DO MUNDO E AGRICULTURA -ROBERTO RODRIGUES
O Brasil deverá sediar a Copa do Mundo de 2014, 64 anos depois da fatídica derrota para o Uruguai no Maracanã, mas ainda temos de provar para a Fifa nossa capacidade de organização.
Virão 32 seleções nacionais, fazendo 64 jogos em cerca de dez cidades.
Espera-se a visita de 750 mil a 800 mil estrangeiros. Na Copa de 2006, na Alemanha, mais de 3 milhões de pessoas foram aos estádios, cerca de 18 milhões de espectadores assistiram aos jogos em praças montadas para isso; e mais de 25 bilhões, em 240 países, viram os jogos pela TV.
A partida de abertura da Copa será jogada no estádio do Morumbi, que será reformado para isso.
As questões mais críticas são: estacionamento, acesso nos terminais aeroportuários e rodoferroviários, mobilidade urbana e regional, segurança, garantia de energia elétrica (a multa cobrada pelas emissoras de TV num eventual apagão é monumental) e assim por diante. Além de São Paulo, as cidades de Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Salvador são prováveis sedes de jogos, e todos esses problemas têm de ser tratados já.
É um desafio portentoso, que, vencido, trará ao país grande visibilidade global e um enorme conjunto de oportunidades -seja do ponto de vista da construção civil (que terá muitas obras para realizar), seja no aperfeiçoamento de sistemas inteligentes de trânsito que permanecerão para o futuro, seja nos negócios de hospitalidades, seja na difusão das marcas nacionais de produtos em que somos líderes, como os biocombustíveis.
O agronegócio tem aí um papel formidável, que começa com o abastecimento de produtos agrícolas, onde os turistas encontrarão sabores, qualidades e variedades capazes de provocar uma demanda sustentada. Mas o espaço de promoção de nossos produtos é muito maior, nas transmissões dos jogos, nos outdoors dos estádios e ônibus, nas promoções dos restaurantes, nas exposições paralelas etc.
Durante a Copa da Alemanha, o nosso Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realizou campanha de comunicação do agronegócio e promoção do alimento brasileiro, dividida em três conjuntos de ações: imagem, promoção e divulgação.
Foram divulgados os principais produtos da pauta exportadora brasileira de alimentos para o público local e internacional, abrangendo anúncios em revistas de bordo da Lufthansa, outdoors em aeroportos, anúncios em pilares de rua e placas de metrô nas cidades-sede dos jogos da Copa.
Foram realizadas degustações na Embaixada do Brasil, na Câmara de Comércio Brasil-Alemanha e nas áreas abertas pela "Copa da Cultura", organizada pelo Ministério da Cultura. Houve coletivas de imprensa, seminário sobre o agronegócio na Bolsa de Valores de Frankfurt e um encontro econômico e empresarial promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.
Essas ações abriram espaços importantes com parceiros e potenciais compradores.
A Copa de 2014 está ainda longe, mas precisamos nos preparar desde já com o planejamento estratégico para aproveitar bem as oportunidades.
Aliás, o futebol tem tudo a ver com o agronegócio: a bola é de couro, assim como as chuteiras; meias e uniformes são feitos de algodão ou seda; gramados são adubados e conduzidos agronomicamente; ingressos são de papel (feitos de árvores); todo mundo vai de carro, ônibus ou bicicleta equipados com pneus de borracha, e assim por diante.
(Roberto Rodrigues é coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e professor do Departamento de Economia Rural da Unesp - Jaboticabal, foi ministro da Agricultura do governo Lula)
COPA DO MUNDO E AGRICULTURA -ROBERTO RODRIGUES
O Brasil deverá sediar a Copa do Mundo de 2014, 64 anos depois da fatídica derrota para o Uruguai no Maracanã, mas ainda temos de provar para a Fifa nossa capacidade de organização.
Virão 32 seleções nacionais, fazendo 64 jogos em cerca de dez cidades.
Espera-se a visita de 750 mil a 800 mil estrangeiros. Na Copa de 2006, na Alemanha, mais de 3 milhões de pessoas foram aos estádios, cerca de 18 milhões de espectadores assistiram aos jogos em praças montadas para isso; e mais de 25 bilhões, em 240 países, viram os jogos pela TV.
A partida de abertura da Copa será jogada no estádio do Morumbi, que será reformado para isso.
As questões mais críticas são: estacionamento, acesso nos terminais aeroportuários e rodoferroviários, mobilidade urbana e regional, segurança, garantia de energia elétrica (a multa cobrada pelas emissoras de TV num eventual apagão é monumental) e assim por diante. Além de São Paulo, as cidades de Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Salvador são prováveis sedes de jogos, e todos esses problemas têm de ser tratados já.
É um desafio portentoso, que, vencido, trará ao país grande visibilidade global e um enorme conjunto de oportunidades -seja do ponto de vista da construção civil (que terá muitas obras para realizar), seja no aperfeiçoamento de sistemas inteligentes de trânsito que permanecerão para o futuro, seja nos negócios de hospitalidades, seja na difusão das marcas nacionais de produtos em que somos líderes, como os biocombustíveis.
O agronegócio tem aí um papel formidável, que começa com o abastecimento de produtos agrícolas, onde os turistas encontrarão sabores, qualidades e variedades capazes de provocar uma demanda sustentada. Mas o espaço de promoção de nossos produtos é muito maior, nas transmissões dos jogos, nos outdoors dos estádios e ônibus, nas promoções dos restaurantes, nas exposições paralelas etc.
Durante a Copa da Alemanha, o nosso Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento realizou campanha de comunicação do agronegócio e promoção do alimento brasileiro, dividida em três conjuntos de ações: imagem, promoção e divulgação.
Foram divulgados os principais produtos da pauta exportadora brasileira de alimentos para o público local e internacional, abrangendo anúncios em revistas de bordo da Lufthansa, outdoors em aeroportos, anúncios em pilares de rua e placas de metrô nas cidades-sede dos jogos da Copa.
Foram realizadas degustações na Embaixada do Brasil, na Câmara de Comércio Brasil-Alemanha e nas áreas abertas pela "Copa da Cultura", organizada pelo Ministério da Cultura. Houve coletivas de imprensa, seminário sobre o agronegócio na Bolsa de Valores de Frankfurt e um encontro econômico e empresarial promovido pela Câmara de Comércio Brasil-Alemanha.
Essas ações abriram espaços importantes com parceiros e potenciais compradores.
A Copa de 2014 está ainda longe, mas precisamos nos preparar desde já com o planejamento estratégico para aproveitar bem as oportunidades.
Aliás, o futebol tem tudo a ver com o agronegócio: a bola é de couro, assim como as chuteiras; meias e uniformes são feitos de algodão ou seda; gramados são adubados e conduzidos agronomicamente; ingressos são de papel (feitos de árvores); todo mundo vai de carro, ônibus ou bicicleta equipados com pneus de borracha, e assim por diante.
(Roberto Rodrigues é coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e professor do Departamento de Economia Rural da Unesp - Jaboticabal, foi ministro da Agricultura do governo Lula)
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