A notícia não é tão nova, pois é de segunda-feira (16/março), mas vale a pena comentá-la. Tão importante quanto a incorporação de mais 12 milhões de toneladas de cana a serem moídas, que podem resultar em ganhos operacionais, a COSAN levou junto à marca UNIÃO, marca líder em açúcar refinado. As duas notícias abaixo, a primeira do Valor e a segunda da Agência Estado, falam sobre o tema:
Cosan obtém 10% do mercado com aquisição
Mônica Scaramuzzo, de São Paulo - 16/03/2009
O grupo Cosan deverá processar cerca de 56 milhões de toneladas de cana na safra 2009/10, ampliando em cerca de 12 milhões de toneladas a moagem sobre o ciclo 2008/09. Esse aumento já reflete a incorporação da Nova América pela companhia, operação que permitiu à Cosan elevar sua participação na moagem de cana do país de 8% para 10%. O volume que será processado pela Cosan ultrapassa toda a produção de cana da Austrália, um dos principais países produtores de açúcar do mundo.
Mônica Scaramuzzo, de São Paulo - 16/03/2009
O grupo Cosan deverá processar cerca de 56 milhões de toneladas de cana na safra 2009/10, ampliando em cerca de 12 milhões de toneladas a moagem sobre o ciclo 2008/09. Esse aumento já reflete a incorporação da Nova América pela companhia, operação que permitiu à Cosan elevar sua participação na moagem de cana do país de 8% para 10%. O volume que será processado pela Cosan ultrapassa toda a produção de cana da Austrália, um dos principais países produtores de açúcar do mundo.
Pulverizado, com cerca de 400 usinas no país, movimentos de concentração como o da Cosan deverão se intensificar nos próximos meses por conta da crise financeira pela qual o segmento passa.
Com a aquisição da Nova América (essa operação permitiu que a holding Rezende Barbosa, controladora da companhia, tenha cerca de 11% de participação na Cosan), o grupo torna-se líder em varejo com a marca União. Ao todo, vai administrar cinco marcas no varejo e não pretende se desfazer de nenhuma delas. "Cada marca tem uma penetração regional", disse Marcos Lutz, vice-presidente comercial e de logística do grupo. A Cosan tem 15 dias a partir de sexta-feira para protocolar o processo de concentração no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Desde dezembro do ano passado, a Cosan tornou-se também uma distribuidora de combustíveis, com a aquisição da Esso.
Na sexta-feira, o grupo divulgou seus resultados referentes ao terceiro trimestre da safra 2008/09, o que já inclui a consolidação da Esso. No balanço da Cosan SA, a empresa encerrou o terceiro trimestre com receita líquida de R$ 2,565 bilhões, aumento de 280,5% sobre o mesmo período do ciclo passado, de R$ 674 milhões. No mesmo período, o grupo encerrou com lucro líquido de R$ 5,2 milhões, revertendo prejuízo de R$ 71,4 milhões no terceiro trimestre de 2007/08. No acumulado dos últimos nove meses, a receita líquida somou R$ 3,92 bilhões, alta de 107%, e prejuízo líquido acumulado de R$ 433,6 milhões, dez vezes mais que o mesmo período do ciclo anterior. Vale lembrar que o resultado positivo reflete em parte o ganho de capital de R$ 109,5 milhões decorrentes de venda de 18.230 hectares de terras da Cosan à Radar, da qual a companhia é acionista.
Já pelos resultados da Cosan Ltd., holding controladora da Cosan SA, o grupo fechou o terceiro trimestre com receita líquida de US$ 1,103 bilhão, 193% maior que em igual período de 2007/08. O prejuízo líquido no período é de US$ 64,6 milhões. No acumulado da safra, o faturamento líquido soma US$ 1,881 bilhão, alta de 87% sobre o mesmo período da safra anterior, com um prejuízo líquido de US$ 208 milhões. A diferença de resultado nos balanços reflete diferentes exigências contábeis pelos padrões americanos. A Cosan passará a divulgar seus resultados pelo Padrão Internacional de Demonstrações Financeiras (IFRS, na sigla em inglês) em 2010.
Cosan vai manter marcas União e Da Barra no varejo
Eduardo Magossi
O vice-presidente de comercialização e logística da Cosan, Marcos Lutz, informou hoje que a Cosan irá manter suas principais marcas de açúcar refinado no varejo após a concretização da incorporação da NovAmérica. A Cosan possui a marca Açúcar Da Barra e a NovAmérica é dona da marca Açúcar União, líder do mercado.
Segundo Lutz, as duas marcas possuem posicionamento geográfico e de mercado diferenciados. "Enquanto a União é líder no País, o Da Barra tem forte participação em apenas algumas poucas regiões", disse. Segundo ele, a sobreposição de mercado das duas marcas é mínima, o que justifica a manutenção das duas marcas.
Lutz disse também que, embora o varejo tenha margens pequenas, se comparado às outras atividades da Cosan, a união das duas empresas vai trazer um ganho de sinergia e logística que vai diluir o custo operacional alto da operação no varejo. "Estaremos presentes em muitos pontos de venda com o Açúcar União, Da Barra e as outras três marcas do grupo. A operação logística para o varejo vai ficar mais unificada", disse.
O executivo disse também que estar no varejo é estratégico para a Cosan. Segundo ele, em 15 dias, a Cosan irá entregar ao governo o protocolo com informações sobre os mercados de suas marcas de açúcar no varejo para ver se existe concentração. Na avaliação de Lutz, contudo, a concentração é muito pequena, em torno de 10% a 15% do mercado.
Novas aquisições
O diretor financeiro e de Relações com Investidores da Cosan, Paulo Diniz, disse que o grupo não irá fazer novas aquisições que possam representar uma ameaça à estrutura de capital da Cosan. "Não queremos fazer aquisições ou associações que necessitem de desembolso de capital", afirmou.
A Cosan incorporou a NovAmérica através de uma operação de troca de ações, sem investimentos financeiros. Depois da incorporação, a NovAmérica irá deter 11% do capital social da Cosan.
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