Hoje gostaria comentar sobre um artigo que li na Gazeta Mercantil do dia 5 de fevereiro escrito pelo pesquisador da Embrapa, Décio Luiz Gazzoni. Ele é membro do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) e participou na elaboração do Plano Nacional de Agroenergia.
No artigo, chamado de “Biotecnologia e agronergia: um bom negócio” ele cita a importância do Brasil investir em tecnologia e em especial biotecnologia para não perder o “bonde” da agroenergia e a atual hegemonia em biocombustíveis. A maior ameaça vem dos EUA que, apesar dos amplos subsídios à produção de etanol de milho, traçam planos de desenvolvimento de longo prazo para a produção de etanol a partir de celulose, processo de baixo custo (desde que tenhamos bactérias desenvolvidas para isso). O governo americano elaborou um relatório chamado Breaking the biological barriers to cellulosic ethanol - a Research Agenda onde este caminho está traçado.
O grande avanço é que a produção de celulose é muito mais barato do que produzir açúcares ou amidos (fontes atuais na produção de etanol). O mundo produz 1.500 trilhões de toneladas de celulose por ano. É possível extrair cerca de 500 litros de etanol por tonelada de celulose, obtendo assim 750 trilhões de litros de etanol. Seriam necessários atualmente cerca de 1,5 bilhões de toneladas anuais de etanol para equivaler o consumo de gasolina, portanto apenas 0,0001% da celulose do mundo substituiria toda a gasolina consumida.
Para não ficarmos de fora disso e perdemos a competição, necessitamos investir no desenvolvimento de biotecnologias para aumento de produtividade da cana e seu teor de sacarose além de bactérias que consigam transformar bagaço e palha de cana em etanol.
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